quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Oh Darkness! My old friend...

Sabe quando parece que tu não está nesse mundo? Me sinto dopada sem ter tomado um remédio sequer. Não ouço o que os outros dizem, não participo das discussões, estou ali de corpo presente, com a alma em outra dimensão. É uma sensação de estar em dois lugares ao menos tempo, em que ambos disputam pela minha atenção, e não sei lidar. Ao mesmo tempo em que estou imersa nesse outro mundo, algo de cá me puxa de volta, apenas para certificar de que estou ouvindo ou prestando atenção. Concordo para ser deixada em paz, e retorno a viajar novamente. Nada de interessante no mundo real, as mesmas futilidades de sempre. A viagem a esse outro lugar, diferente, inusitada, é que tem me mantido afastada das minhas ansiedades. Ansiedade essa que me fazia buscar frequentemente pela atenção de alguém, que na verdade não se importava muito. O mundo está cheio de pessoas ávidas por atenção, ninguém mais se preocupa com os outros, apenas de forma superficial. Àqueles a quem depositamos mais esperanças, de nos tirar do vazio, da escuridão, são os que tendem a nos decepcionar mais. Pois isso são coisas que somente nós podemos fazer por nós mesmos, é uma ingenuidade atribuir tal função a alguém. Essa falta de desatenção com o mundo, me salva e me impede de cometer muitos erros. Em vez de sair por aí procurando, clamando por algo, apenas fico tácita, imóvel, olhando para um lugar fixo, sem nada estar vendo. Quantas vezes o coração já disparou quase pulando pra fora do peito? Só sei que todas foram em vão. Muitas vezes já sofri, achando que seria a última vez, sem saber quando iria me recuperar. Todas essas vezes a dor parecia infinita, todas as vezes eu achava que não iria aguentar. No entanto aqui estou, com o olhar perdido em meio a multidão, sem saber a quantas horas estou em devaneio. Vem me buscar.

- Por Thamara Venâncio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

comentários