quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estado vegetativo da alma ..

Estou em um estado emocional vegetativo, em que nada me entretêm.

Minha alma se desprende do corpo e vaga por aí, perambulando, tentando encontrar respostas que não sei se existem.
Meus olhos se paralisam em estado de choque e as lágrimas se desprendem. Numa espécie de espanto noturno.
A culpa, a decepção, a falta que sinto me pisam tão profundamente que parece esmagar cada pedaço do meu corpo.
Esse nó que se atou em meu peito só é desfeito por alguns segundos em contato com alguém em especial, mas depois ele se ata novamente, embrulhando a boca do estômago.
Essa bebida amarga que degusto só me aumenta essa dor, aperta, espreme, tirando toda gota de lembranças boas.
Já não me lembro delas.
Não me lembro de nada.
Me cansei das palavras, mas estou repleta delas.
Me cansei das bebidas, mas me parecem a única solução.
Me cansei daqueles que me fizeram sofrer, mas estou rodeada deles.
É como viver cada dia da tua vida tentando esquecer, e tendo que conviver com aqueles que te fazem questão de lembrar.
Fazem questão de esfregar na tua cara o que tu realmente é.
Apenas mais uma em bilhões de pessoas que não consegue se adaptar neste mundo.
Tendo que explicar a estes tolos os motivos de seus risos, de suas lágrimas.
Mas a verdade é que, se eu contasse ninguém entenderia.
Se eu contasse, ninguém se importaria.
Se eu contasse, eu não me aguentaria.
Assim como uma ampla história que você imagina, mas logo depois esquece.
Como um livro elegantemente encadernado, mas numa linguagem que eu ainda não sei ler.
Pois meu peito ainda sofre por amores vãos.
Meu espanto fora tão grande de saber que eu era, mas acabaria um dia não sendo mais. Esse era meu medo, não ser mais. Hoje só preciso me dopar desses remédios que odeio.
Eu tenho que deixá-los. Eles têm de me deixar. Em paz. Comigo mesma.


Por Thamara Venâncio

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