segunda-feira, 12 de julho de 2010

"Estou cansada de mim; cansada de tentar ser sempre o que eu desejo ser.
Estou cansada de obedecer meus impulsos, cansada da maneira que me tratam seja ela qual for.
Eu não suporto mais o descaso de quem sem perceber me fere. Eu suporto menos ainda o pouco caso daqueles que fingem uma atenção, fingem qualquer coisa. Dão-me migalhas que não alimentam e nem ao menos me matam, dexam-me doendo.
Eu não aguento mais chorar em silêncio para não atrapalhar a paz da noite dos outros.
Eu não quero mais minha garganta travando berros, vivendo entre nós e derramando lágrimas (Eu não entendo como não se acabam. Por que não seco?).
Tudo tem fim, menos o que eu sinto. Menos o que eu choro.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" Onde foi parar a regra da minha infância? Quem me cativou com tamanho brilho e crença jamais soube dessa regra (ou não soube olhar para mim).
Eu não sou capaz de me imaginar mais sozinha do que já estou.
Quem muda espaços dentro dos outros deveria saber que doi muito não termos mais o que tínhamos nem ficar com aquilo que foi plantado.
É um vazio infinito.
É o eco do silêncio.
É uma dor sem cor.
Um berro sem voz.
E uma constante ausência de vontade.
Estou em branco, apagada, amassada e esquecida em algum lugar que nem eu mesma sei onde fica.
Não há ninguém a encontrar aqui.
Eu não existo mais."




-Pâmela Facco




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Um comentário:

  1. Já me senti assim várias vezes.
    A forma como você descreveu, é incrível!
    Parabéns!

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comentários