domingo, 26 de junho de 2011

Escrevendo a mim mesma ...

Às vezes parece que meu crânio se aperta, esmagando meu cérebro. Essas lembranças que me atormentam, a imaginação, coisas que nunca aconteceram, mas eu as criei para mim, e elas cismam de ficar aqui me atormentando. Penso que já é chegada a hora de elas me deixarem, pois não quero mais viver fantasias, essas que eu criei quando eram tempos bons. Mas agora eles se foram e eu queria que as lembranças se fossem também. Quero abrir meu peito pra coisas novas, deixar entrar, no coração, na cabeça. Porque estou cansada de fingir felicidade. Como disse antes, não quero ser do tipo que cala o peito. Não quero ficar perdida em páginas em branco. Estou pronta para escrever minha própria história. Nem que seja apenas rabiscos, eu quero estar pronta para isso.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Está escuro aqui dentro ..

DURANTE todo um pesado, sombrio e silente dia outonal, em que as nuvens pairavam opressivamente baixas no céu, estive eu vagando, sozinha, através de uma região surreal, singularmente tristonha, carregada de um espanto sombrio gélido, que passavam rente aos meus olhos. Eu passeava por ali, de mãos dadas com a escuridão, olhando aquelas árvores secas, de aparência cansada. Me perdi por entre elas, entrelaçando suas peles secas com a minha. Havia secado; não era esse o ponto, mas a junção de palavras exatas para defini-la. Desembaraçando a alma para descobrir se era um sonho, examinei mais estreitamente o aspecto real do lugar, não havia. Era mesmo apenas mais um. Uma sensação de estupor me oprimia, enquanto meus olhos se arregalavam lentamente. Despertei logo em seguida. Não havia floresta, árvores, não era sequer outono, não fora de mim.


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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Na falta de palavras, as de outra ...

Sensação estranha de que não sou capaz de coisas tão habitualmente simples para mim. Dessa vez talvez seja diferente. Só não entendo o porque.
Eu não estou a vontade para me perder no outro; não me sinto apta à compreender e consolar (muito embora a mim essa seja uma posição muito natural e o fato de não o fazer seja desconfortante).
Penso estar em um momento despretensioso, mas ao mesmo tempo seletivo e severo. Com paciência para os detalhes, para a delicadeza e para timidez, mas totalmente aversiva à faltas e a excessos. Ambos agressivos para esse meu modo de agora.
Sinto-me capaz de apenas estar ao lado de dois tipos de pessoas, ou o ser leve ou aquele consistente. Ou aquele cheio de sorriso e abraço ou aquele ser admirável de filosofia de atitude. O resto do leque dos tipos de pessoas anda me enojando: As contradições entre postura aqui ou ali, a falta de coragem, a falta de originalidade, as escolhas amargas, as escolhas fáceis, a ausência da alegria no cotidiano e tudo de mais que possa ser fraco e pequeno...Anda me embrulhando o estomago.
Não quero me justificar, não quero precisar vir a entender. Cada qual faz as suas escolhas, reproduz idéias e muda de direção. Eu assistindo à isso, calo-me.
Não me cabe questionar a tudo. Na verdade, não me cabe a questionar quase nada além do meu ser.
Mais uma vez eu chego a conclusão que tanto faz. O que me diz respeito já é tanto e já me dá tanto trabalho que eu não preciso me perder nas faltas e alternância de estado dos outros. Não nego que por convivência, rotina e amor eu estranho certas ausências (certas mudanças), mas sei aliviar o peso desse desconforto com facilidade.
A sensação esquisita que eu estou, circula entre essas questões e se aprofunda em mais outras duas coisas (acho), que talvez eu não saiba ainda dizer.
Sei que para almas opacas eu estou de férias.

P.F.

domingo, 12 de junho de 2011

' As memórias de você me parecem mais como sonho ruins, assim como uma série de borrões, como se você nunca tivesse acontecido.'

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Esclarecimentos ...

E eu que desconheço esses atos infames que ando cometendo. Não sei bem se é a falta de viver um pouco que me tira a criatividade/vontade de escrever. Tenho passado dias sozinhas demais, e acabei afastando sem querer pessoas que hoje me fazem uma falta danada. Como eu queria fechar meus olhos e em apenas um milésimo de segundo tudo voltar a ser como era antes. Eu não quero seguir dessa forma; não quero me tornar alguém que cala o peito.
Eu não sei o que ando fazendo da minha vida, sei que não podia ter sido mais uma vez tão impulsiva e incoerente.

Está bem, há alguma coerência, mas meu peito sangra e meus olhos não encontram mais a sua alma. Nem a minha.
Não é saudades, não apenas.
Não é tristeza, não só.
É uma angustia, é um medo, uma dor e muitas penas.
As qualidades que me encantam são como cores, cheiros e gestos.
E eu não importo de perder, nasci sabendo que nem sempre iria ganhar.
Hoje, amanhã ou depois posso precisar de um abraço. É difícil seguir sem saber com quem contar.