segunda-feira, 12 de julho de 2010


"E aquela tristeza que bate todo dia a noite antes de dormir? Pois é, fico sempre conversando com meus botões porque sempre a essa hora do dia eu fico meio triste. Me pergunto se é por carência, ou se é o fato de ninguém vir puxar assunto, nenhum telefonema, ou se é mesmo pelo fato de ser uma louca depressiva que imagina coisas. Não sei não. Pergunta difícil de ser respondida. Só sei que quando me sinto assim sempre chego na janela e fico olhando as estrelas, admirando a lua que sempre me fascina, cabeça fica nas nuvens. Ah! Como é bom viajar às vezes, nem que seja só em pensamentos. Daí volto e dou uma última olhada em meu celular só pra constatar que ninguém ligou, nenhuma mensagem, como sempre. Daí me recordo novamente porque fico triste. Dói não ser lembrada. Mas eis a questão: "será que tem alguém que sempre lembra de mim mas nunca me diz isso? ou realmente ninguém se lembra mesmo?" Sei lá, dou de ombros depois de lembrar e finjo não querer saber a resposta. Digo apenas a mim mesma: "Vai dormir, amanhã é outro dia." E deito na cama. Normalmente algumas lágrimas escorrem. E geralmente acordo e já é mesmo outro dia e não me lembro muito o que aconteceu no dia anterior. Procuro apagar a tristeza e a incerteza. Porque um dia há de se modificar essa rotina."



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"Estou cansada de mim; cansada de tentar ser sempre o que eu desejo ser.
Estou cansada de obedecer meus impulsos, cansada da maneira que me tratam seja ela qual for.
Eu não suporto mais o descaso de quem sem perceber me fere. Eu suporto menos ainda o pouco caso daqueles que fingem uma atenção, fingem qualquer coisa. Dão-me migalhas que não alimentam e nem ao menos me matam, dexam-me doendo.
Eu não aguento mais chorar em silêncio para não atrapalhar a paz da noite dos outros.
Eu não quero mais minha garganta travando berros, vivendo entre nós e derramando lágrimas (Eu não entendo como não se acabam. Por que não seco?).
Tudo tem fim, menos o que eu sinto. Menos o que eu choro.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" Onde foi parar a regra da minha infância? Quem me cativou com tamanho brilho e crença jamais soube dessa regra (ou não soube olhar para mim).
Eu não sou capaz de me imaginar mais sozinha do que já estou.
Quem muda espaços dentro dos outros deveria saber que doi muito não termos mais o que tínhamos nem ficar com aquilo que foi plantado.
É um vazio infinito.
É o eco do silêncio.
É uma dor sem cor.
Um berro sem voz.
E uma constante ausência de vontade.
Estou em branco, apagada, amassada e esquecida em algum lugar que nem eu mesma sei onde fica.
Não há ninguém a encontrar aqui.
Eu não existo mais."




-Pâmela Facco




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terça-feira, 6 de julho de 2010


 

"Não saber nada é melhor do que saber tudo. Gritar alto, com uma voz que ninguém ouve. Ver pessoas caídas ao chão tentando corrigir seus erros, mas só por esta noite, no topo do mundo, eu tento aguentar tudo cá dentro: sozinha."



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